quinta-feira, 21 de outubro de 2010

B em longe do Mundo
U m pensamento me afrontou
L uto só contra ele
Longe de todos aqueles
"Y oung people desperate"
I maginando que mais... 
N inguém me socorria
G ritei aos ventos e...
N inguém me ouvia!!
A manhã não estarei cá
O desespero me agonia

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Consequências do bullying para agressores

Os agressores ,longe de não se verem afectados pelas consequências dos seus actos, desenvolvem, ao longo dos anos, várias tendências, que podemos caracterizar como comportamentos de risco. De entre os comportamentos de risco identificados, destacamos os seguintes:
  1. consumo de álcool e de estupefacientes; fraco envolvimento escolar e familiar;
  2. absentismo e/ou abandono escolar;
  3. comportamentos que coloquem a sua integridade física em risco e a dos outros, como são o caso da condução com excesso de velocidade ou manobras consideradas perigosas e actividades desportivas de risco;
  4. suicídio .

Consequências do bullying

Devido à enorme pressão a que o bullying sujeita o indivíduo, este torna-se frágil. Uma vez fragilizada, a vítima apresenta dificuldades de comunicação com os outros, o que influencia negativamente a sua capacidade de desenvolvimento em termos sociais, profissionais e emocionais/afectivos (Ventura, 2006). A incompreensão é algo que as vítimas sentem habitualmente por parte dos outros.
As consequências do bullying para a vítima são muitas e destacamos as seguintes:
  1. baixa auto-estima,
  2. medo,
  3. angústia,
  4. pesadelos,
  5. falta de vontade de ir à escola e rejeição da mesma,
  6. ansiedade, dificuldades de relacionamento interpessoal,
  7. dificuldade de concentração, diminuição do rendimento escolar,
  8. dores de cabeça, dores de estômago e dores não-especificadas,
  9. mudanças de humor súbitas,
  10. vómitos,
  11. urinar na cama,
  12. falta de apetite ou apetite voraz,
  13. choro,
  14. insónias,
  15. medo do escuro,
  16. ataques de pânico sem motivo,
  17. sensação de aperto no coração,
  18. aumento do pedido de dinheiro aos pais e familiares,
  19. furto de objectos em casa, surgimento de material escolar e pessoal danificado,
  20. desaparecimento de material escolar,
  21. abuso de álcool e/ou estupefacientes,
  22. auto-mutilação,
  23. stress,
  24. suicídio.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Trecho do Livro "Filhos brilhantes Alunos fascinantes" de Augusto Cury

As pessoas que hoje desprezamos ou fazemos tropeçar poderão um dia ser as mãos que ajudarão a nos levantar.

Havia um jovem cujo nome era David, que morava na periferia de Nova York. Ele era objeto de deboche, humilhação, de uma pequena gangue constituída de dez jovens da sua própria escola. A gangue era liderada por Robert.
David era retraído, isolado, tinha dificuldade de se enturmar com as garotas. Seu rosto era cheio de sardas e espinhas. Alguns o apelidaram de "Cratera" e, como tinha um péssimo desempenho no esporte, Robert o chamava de "desastre ambulante" Dizia que a melhor maneira de perder num esporte era convidá-lo a estar no seu time. Por duas vezes Robert o esbofeteou. Numa delas, arrancou sangue no canto esquerdo da sua boca.
Um dia, ao vê-lo passar, Robert colocou sutilmente um dos pés na sua frente e o fez tropeçar diante de todos. Os cadernos voaram e ele se esborrachou no chão. Foi um ato violento, covarde e sem nenhum motivo, apenas pelo prazer de vê-lo sofrer. Ninguém o ajudou a se levantar, nem recolheu sequer um de seus cadernos.
A turma morreu de rir. David levantou-se lentamente. Se reagisse, poderia ser espancado. Seus lábios se cortaram. Limpou o sangue com sua camisa e manchou-a. Com lágrimas descendo pelo rosto, olhou para Robert e balbuciou essas palavras:
— Espero que, um dia, se você cair e precisar de mim, eu o ajude a se levantar — e em silêncio recolheu seus cadernos.
Robert, querendo sair por cima, rebateu:
— Quem é você para me dar lição de moral, cara! Você é que tropeçou em mim. Peça desculpa! Senão você vai ter de me enfrentar.
Romanov disse que nesse momento Robert e sua gangue se levantaram para ameaçá-lo. Amedrontado, David abaixou a cabeça e disse baixinho:
— Desculpa.
Robert, como se fosse dono do futuro e do mundo, disse autoritariamente:
— Vê se se enxerga! Você é um pobretão.
Humilhado e ferido física e emocionalmente, David deixou o ambiente. A condição financeira da família de Robert era muito boa. David era pobre, seus pais não tinham casa própria e o carro deles era o mais velho dos que apareciam na escola.
Robert achava que o dinheiro dos seus pais seria inesgotável. Suas roupas, seus tênis, seus sapatos, eram sempre de griffe. Era um consumista de primeira. Zombando de David, dizia que suas roupas eram da marca "MN": Marca Nenhuma.
Ronaldo se deliciava com a primeira parte da história. Identificava-se com o Robert, parecia um herói. Não sabia a catástrofe pela qual passaria.
Após terminar o ensino médio, a turma se separou. Cada aluno tomou um rumo. Alguns foram trabalhar, outros foram fazer faculdades e mudaram de bairro ou de cidade. David e Robert não se viram mais.
Robert casou-se, teve dois filhos. Como levava tudo na brincadeira, parou a faculdade no meio do curso, pediu dinheiro para o pai e montou uma empresa. Achava que ficaria rico em pouco tempo, pensava que o mundo se submeteria à sua força. Grande engano! Não sabia trabalhar em equipe, não criava oportunidades, nem pensava no amanhã. Só se preocupava com o prazer imediato. Faliu depois de um ano. Perdeu todo o dinheiro que seu pai lhe dera.
Em seguida, arrumou um emprego, mas ficou nele menos de um ano. Como não era gentil, solidário, teve atritos com alguns funcionários e, por isso, foi despedido. Arrumou outro, mas não se dedicava, sentia ciúme das pessoas, não sabia cooperar com seus colegas. Depois de seis meses, foi novamente despedido. Não parava em emprego algum.
Robert pegou dinheiro emprestado dos seus pais, que estavam agora atravessando uma crise financeira. Resolveu montar outro negócio próprio. Convenceu-os, dizendo que ficaria rico. Entretanto, mais uma vez, fracassou. Foi vítima de uma ferida mortal que destrói o sucesso de qualquer empresa: não planejou seus gastos e, além disso, gastava mais do que ganhava. Um ano e meio depois, Robert faliu de novo.
Romanov fitou a classe e disse:
— Como sempre foi um péssimo aluno na escola da vida, colhia os frutos que plantou. Nos últimos tempos, estava desempregado, só fazia serviços temporários aqui e acolá. O Robert autoritário dos tempos do colégio desapareceu. Andava ansioso, abatido. Sentia vergonha das pessoas. Atrasava o aluguel da casa.
Em seguida, continuou dizendo que o dinheiro que ganhava não dava para sustentar seus filhos. Seus pais o ajudavam, mas eles atravessaram uma crise financeira e haviam perdido quase tudo. Carro, nem pensar, O seu estava quebrado na garagem havia meses. Não tinha dinheiro para consertá-lo.
Fez entrevistas em várias empresas na esperança de que alguma o chamasse. Mas, nada. Um dia, desanimado, leu mais uma vez nos classificados de um jornal que uma empresa estava contratando novos funcionários. Mais do que depressa, arrumou-se e foi até ela.
Era uma grande empresa. Possuía mais de mil funcionários. Seu escritório era enorme. A fachada era de vidro azul espelhado. Suas salas eram espaçosas. Robert ficou encantado. Deixou seu currículo e uma semana após foi chamado para a entrevista. Entretanto, havia uma fila enorme de pessoas sendo entrevistadas. Pensou: "Não vou conseguir". Entrou na fila e esperou. Após seis longas horas, chegou sua vez.
Logo antes de ser chamado para a entrevista, viu uma pessoa vindo em sua direção, cumprimentando a faxineira e o guarda do prédio. Pensou: "Esse coitado pensa que sendo gentil conseguirá um emprego aqui". Distraiu-se um pouco, deu alguns passos e, sem perceber, virou-se novamente e tropeçou justamente na pessoa que fazia aqueles cumprimentos. Caiu ao chão e a pessoa na qual tropeçou pediu desculpas e gentilmente o levantou.
Ao se levantar, Robert olhou fixamente para ela. Parecia que a conhecia. Em seguida, um estalido na memória.
— David! Eu não acredito, você aqui!
David estava mais magro, bem-arrumado, mas sem exagero. Ao se reconhecer, abraçaram-se. Robert tinha perdido uma boa parte do ar de prepotente devido às turbulências que passou na escola da vida. Mas, diante do David, não podia deixar de tirar uma casquinha. Fez uma pergunta tentando novamente humilhá-lo:
— E aí, David, há quanto tempo você está na fila? — perguntou-lhe.
Humilde, como sempre, David respondeu:
— Desde as sete da manhã.
Robert fez os cálculos e exclamou:
— Caramba! Você já está há mais tempo do que eu e ainda não foi atendido. — E, tentando ser superior, disse: — Talvez seja porque seu currículo não seja bom.
— Talvez o seu seja melhor do que o meu — disse David.
— Creio que você está precisando mais desse emprego do que eu.
— Creio que preciso mais dessa empresa do que você — falou David com segurança e bom humor.
— Para conseguir um emprego aqui, o cara tem de ser bom. Mas não desanime, você pode conseguir — comentou Robert, querendo mostrar que sua capacidade era superior à de seu ex-colega de classe.
— Você conhece o dono? Pode falar sobre mim? — pediu-lhe David, pois havia várias vagas na empresa.
Orgulhoso, Robert lhe disse:
— Eu o conheço, mas não sei se posso dar-lhe uma força. Vou tentar, — Despediram-se.
Um dos diretores da empresa, bem vestido, de terno e gravata, observava, admirado, a conversa dos dois. Quando David se afastou, ele veio lentamente e se aproximou de Robert:
— De onde o senhor conhece o dr. David?
— Dr. David? Ah! O David. Era meu colega de colégio. Coitado, era o patinho feio da classe.
— Mas o homem com quem o senhor estava conversando é o dono da empresa.
— Não, você está enganado. Ele é um coitado. Está há oito horas na fila tentando arrumar um emprego. O funcionário insiste em dizer que Robert está enganado. — Não, ele é o dono da empresa.
— Não é possível! Eu o conheço — disse Robert com ar de deboche.
— Qual o nome todo dele? — perguntou Robert, já com um nó na garganta.
— David Smith.
Robert engoliu saliva. Estava incrédulo, paralisado. Seu mundo desmoronou. Queria estar em qualquer lugar do mundo, mas não naquele local. Lembrou-se da violência que praticou contra David e até do sangue que lhe tirou. Começou a suar frio e ter taquicardia. Saiu da empresa mudo, desesperado, ansioso. Sentia tontura nas ruas. Mal conseguia ver os carros.
Romanov disse que Robert tinha certeza de que não seria ajudado, mas humilhado. Teve uma longa noite de insônia. Recordava de toda a sua agressividade e se perturbava. Não entendia por que David foi tão longe, se tornou tão rico, teve tanto sucesso, e ele só colecionou fracassos.
No outro dia, recebeu, logo pela manhã, um telefonema da empresa. Estava sendo chamado para uma segunda entrevista. Receoso, dirigiu-se para lá. Ao se apresentar na secretaria, recebeu o recado de que o dr. David queria falar pessoalmente com ele. Imaginou que o David devolveria toda a agressividade que recebeu. Ao entrar na sala, estava sem cor, trêmulo.
Ficou impressionado com o tamanho da sala. David pediu gentilmente para ele se sentar. Robert se afundou na cadeira. David propositadamente manteve o silêncio. Não falou nada. Com a voz embargada, Robert iniciou a conversa:
— Desculpe-me por tudo que fiz você sofrer na escola.
David lembrou-se das ofensas, das chacotas, das rejeições e da vez que Robert passou-lhe o pé e o fez cair diante dos amigos. Agora, as posições se inverteram. Tinha tudo para humilhar quem sempre o humilhou. A vingança estava em suas mãos, mas, caso se vingasse, não seria diferente dele. Com segurança, disse-lhe:
— Tive de aprender a pensar para sobreviver. Vivi longos períodos de dor, isolamento, lágrimas silenciosas. Mas os sofrimentos que você e outros colegas me causaram nutriram minha força. Tive de ter grandes sonhos para me motivar a superar os meus conflitos...
Fez uma pausa prolongada e expressou:
— Eu pensei seriamente, dia e noite, em vingar-me de você e de toda a turma, mas um dia eu li em um livro que a maior vingança que podemos fazer contra um inimigo é perdoá-lo. Se eu não os perdoasse, vocês viveriam dentro de mim, destruiriam
meu prazer de viver e os meus projetos de vida, por isso há muito tempo eu os perdoei. Eu entendi que ninguém faz os outros infelizes, se primeiramente não for infeliz.
Robert, que sempre fora uma pedra de gelo, começou a se emocionar,
— Não se preocupe, meu amigo! — disse gentilmente David, percebendo seu drama. — Olhei a sua ficha e vi que você tem dois filhos. Sei que passou por várias dificuldades, ficou desempregado um bom tempo e viveu um imenso deserto. Gostaria de descobrir suas qualidades. Quero dar-lhe uma oportunidade...
Robert ficou pasmo. A frase que David disse nos tempos de escola foi resgatada da sua memória e, como um raio, penetrou no palco da sua mente: "Espero que o dia em que você cair e precisar de mim, eu o ajude a se levantar!".
Em seguida, ligou para a sua secretária e pediu para chamar algumas pessoas que estavam na sala de espera. Eles entraram. Quando Robert os viu, quase desmaiou. Ficou ofegante, parecia um filme. As três pessoas que entraram pertenciam ao grupo que ele liderava. Todos estavam desempregados ou em empregos mal remunerados e David os empregou e os ajudou um por um. Tornaram-se funcionários da sua corporação.
Os três colegas sabiam do drama de Robert e comunicaram a David. Orientados pelo próprio David, eles fizeram chegar sigilosamente a Robert o jornal que anunciava a contratação de funcionários para a empresa. Foi assim que todo o episódio se desenrolou. Após se abraçarem, David dísse a Robert:
— Que tal você trabalhar na área de recursos humanos? Na área que, entre outras coisas, cuida da seleção, treinamento e do bem-estar dos funcionários.
Perplexo, Robert comentou:
— Trabalhar na área de recursos humanos? Como poderei cuidar do bem-estar das pessoas, se não sei elogiar, se sempre fui agressivo, se nunca liderei ninguém?
David, interrompendo a fala de Robert, disse:
— Você maltratou a vida e a vida respondeu maltratando-o. Você feriu e foi ferido pela vida. Você humilhou e foi humilhado por ela. Muitos erram, mas poucos transformam seus erros em experiência. Levante-se! Lute pelo que você ama.
O grande empresário David, que tinha milhares de funcionários e não precisava curvar-se diante de ninguém, curvou-se humildemente diante de Robert para resgatá-lo do seu caos.
Nesse momento, Romanov fez uma pausa na sua história. Olhou para Ronaldo e percebeu que nessa terceira parte ele estava profundamente reflexivo. Foi um pequeno
passo, mas importante começo para que ele tenha chance de sobreviver numa sociedade que exigia criatividade no lugar da força, ousadia no lugar da brutalidade, trabalho em equipe no lugar do individualismo. Estava no fundo do poço, mas David o levantou. A presa valorizou seu predador e o transformou num ser humano.
Logo depois, David lhe contou qual foi um dos grandes amigos que mudou sua vida. Robert começou a pensar quem seria. David lhe disse:
— O livro! — Robert detestava ler. Em seguida, David completou: — O livro é uma das maiores conquistas da humanidade. O livro faz o ofegante respirar, o abatido animar-se, o pensador encontrar idéias. Os livros fazem as crianças terem sabedoria e os idosos voltar a ser crianças.
Robert ficou impressionado com a sabedoria de David, não imaginou que ele fosse tão inteligente. Para encorajá-lo ainda mais a mudar a sua história, David disse-lhe uma rica e profunda frase do brilhante escritor Victor Hugo:
O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inatingível. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, é a oportunidade... Seja valente, mude o seu futuro. Agarre essa oportunidade...
As palavras de David ecoaram dentro de Robert como uma bomba. Ele aceitou o desafio. Estava impressionado com a força e a coragem de alguém que ele considerava tão tímido e frágil. Agarrou como nunca a oportunidade que seu amigo lhe deu.
Aquele homem rude começou a ser lapidado. Aprendeu a ser pequeno para se tornar grande. Entendeu finalmente que ninguém é digno da sabedoria se não usar suas lágrimas para irrigá-la.